Em primeiro lugar são atendidos os doentes tratados nos hospitais.
Dentro do perímetro da cidade, um pouco fora das muralhas, existem quatro grandes hospitais, amplos e espaçosos, que se assemelham a quatro pequenas cidades. A sua amplidão tem como fim impedir que os doentes, por mais numerosos que sejam, não estejam demasiado amontoados, em condições desconfortáveis e incómodas; e também com o fim de poderem ser isolados dos restantes os doentes que sofram de males contagiosos, para evitar o perigo a isso inerente.
Os hospitais estão tão bem organizados e fornecidos de tudo o que é necessário para o restabelecimento dos doentes, os cuidados assíduos dos médicos mais hábeis são tão carinhosos, que, não sendo ninguém obrigado a utilizá-los contra sua vontade, não há ninguém, no entanto, que, em caso de doença, não prefira tratar-se no hospital a fazê-lo em sua própria casa. Logo que os encarregados dos doentes recebem a quantidade de víveres requisitada pelos médicos, o que há de melhor é distribuído equitativamente pelos refeitórios, de acordo com o número dos comensais respectivos. São servidos em primeiro lugar o príncipe, o bispo, os traníboros, os embaixadores e os estrangeiros, se os houver, o que muito raramente acontece. Estes últimos, ao chegarem à cidade, têm destinadas e preparadas certas habitações para seu alojamento.