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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 68
No centro de cada um destes bairros há um mercado, com toda a espécie de mercadorias em exposição. Aí se trazem os produtos do trabalho de todas as famílias, a princípio reunidos em certos edifícios, onde são escolhidos e enviados para celeiros ou armazéns especializados. Aí, cada chefe de família vai ao mercado buscar o que ele e os seus necessitam e leva-o sem precisar de pagar ou de dar algo em troca, de pedir ou de rogar favor algum. Pois, por que razão lhe seria negada alguma coisa, se a abundância de todos os bens desfaz o receio de que alguém peça mais do que aquilo que necessita? Para que pensar que alguém iria pedir mais do que precisava, se não receia que nada lhe falte? De facto, o que torna os animais de todas as espécies cúpidos e rapaces é o medo de privações futuras. No homem, o orgulho leva-o a considerar como glória e excelência o ultrapassar os outros em opulência supérflua e vã ostentação de bens: vício que não pode existir entre os Utopianos.

Junto aos mercados de que falei, encontram-se os mercados de alimentos, donde se trazem todo o género de legumes e frutos, pão, peixe e carne, de toda a espécie de quadrúpedes ou aves selvagens que constituem a alimentação humana. A sujidade e o cheiro são eliminados pela água corrente do rio antes de os alimentos serem trazidos para os mercados, fora da cidade, em locais reservados para esse efeito. Os animais são aí levados, mortos, limpos e lavados pelos escravos, pois é proibido aos cidadãos livres o exercício da profissão de magarefe, para que o hábito de matar não destrua, pouco a pouco, o sentimento mais humano, a clemência.

Não suportam que entre na cidade coisa alguma suja, repugnante ou imunda, com receio de que o ar poluído pelas imundícies putrefactas ocasione epidemias.

Há em cada rua vastos palácios, colocados a igual distância

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Capa do livro A Utopia
Páginas: 133
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Os capítulos deste livro:
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Capítulo 2 8
Capítulo 3 51