Primaveras Românticas - Cap. 5: Maria Pág. 56 / 118

Criança no sonhar e na inocência...
Tão dócil que um olhar basta a levá-lo...
Uma palavra só a sossegá-lo
E adormecer-lhe a louca turbulência.

 

Como a ave que, voando em seu caminho,
Acha acanhada a extensão serena,
E à noite se conchega e faz pequena
E toda cabe num estreito ninho,

 

Pudesse ele minguar, meu coração!
Achar seu doce ninho que o prendesse!
Pudesse ele minguar - que te coubesse
Todo na estreita concha d'uma mão!

 

Eu dormira inocente e descuidado,
Como as aves do céu e como as flores,
Se tivesse por leito os teus amores,
Em vez do duro chão do meu cuidado.

 


X

 


SEIS MESES DEPOIS

 

Conclusão do Poema e da Ventura:
E não é sem razão...
Porque os poemas - mesmo os que se sonham -
Devem ter conclusão.

 





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