O senhor Rout afastara-se e o capitão MacWhirr sentia no ouvido a pulsação das máquinas, como se fosse o pulsar do coração do navio. A voz do senhor Rout gritava qualquer coisa ao longe lá em baixo. O navio mergulhou de proa, a pulsação saltou com um tumulto sibilante, e parou completamente. A face do capitão MacWhirr manteve-se impassível, e os seus olhos estavam fixos distraidamente na forma acocorada do segundo-piloto. De novo a voz do senhor Rout gritou nas profundas, e as batidas do coração recomeçaram, com pulsações lentas - que se iam tomando mais rápidas.
O senhor Rout tinha voltado ao tubo.
- Não importa muito o que eles possam fazer - disse ele, precipitadamente; e depois," com irritação. - Ele dá cada mergulho que parece nunca mais querer voltar a endireitar-se.
- O mar está medonho - disse a voz do capitão lá de cima.
- Não me deixe enfiá-lo no cavado de uma vaga - latiu Salomão Rout pelo tubo.
- Está escuro e chove.' Não se consegue ver o que vem pela frente - proferiu a voz. - É preciso mantê-lo com velocidade suficiente para governar e correr-lhe o risco - continuou a voz a dizer, destacando bem as palavras.
- Estou a fazer tanto quanto me atrevo.
- Estamos a ser muito maltratados cá em cima - pronunciou a voz calmamente. - Mas vamo-nos aguentando bastante bem, apesar de tudo. Claro, se a casa do leme fosse pela borda fora...
O senhor Rout, prestando um ouvido atento, murmurou rabugentemente qualquer coisa em surdina.