O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 6: A Aventura de Black Peter Pág. 163 / 363

Vastas zonas tinham sido abatidas, pois aqui se instalaram as primeiras siderurgias do país e as árvores foram usadas para fundir o ferro. Agora, as zonas mais ricas do Norte absorveram a indústria e nada, a não ser a floresta devastada e as enormes cicatrizes na terra, lembram o trabalho do passado. Ali, numa clareira na encosta verdejante de uma colina, estava uma longa casa baixa, feita de pedra, com um caminho de acesso que serpenteava por entre os campos. Mais perto da estrada, e rodeada em três lados por arbustos, estava uma pequena cabana com uma janela e uma porta viradas para a direcção de onde vínhamos: Era o local do crime.

Stanley Hopkins levou-nos primeiro à casa onde nos apresentou a uma mulher envelhecida, de cabelos grisalhos, viúva do homem assassinado, cujo rosto cheio de rugas e olhar furtivo de terror nos seus olhos avermelhados evidenciavam aos anos de duro trabalho e maus tratos. Com ela estava a filha, uma rapariga pálida, de cabelos louros, cujos olhos nos fitaram desafiadores enquanto nos afirmou que estava contente por o pai estar morto e que abençoava a mão que o matara. Peter Carey tinha tratado terrivelmente a sua família, e foi com uma sensação de alívio que saímos para o sol e nos dirigimos por um carreiro aberto através dos campos pelos pés do homem assassinado.

A cabana era um abrigo extremamente simples, com paredes de madeira, telhado também de madeira, uma janela ao lado da porta e outra no lado oposto. Stanley Hopkins tirou a chave da algibeira e baixou-se para a meter na fechadura, tendo então parado com uma expressão de atenção e surpresa no rosto.

- Alguém esteve a mexer aqui - disse.

Não havia dúvida. A madeira estava lascada e viam-se riscos na tinta, como se aquilo tivesse sido acabado de fazer.





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