O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 10: A Aventura do «Pince-Nez» Dourado Pág. 267 / 363

Em metade do tempo que referira, captara a boa vontade da governanta e já conversava com ela como se se conhecessem há anos.

- Sim, Sr. Holmes, é como o senhor diz. Ele fuma terrivelmente. Durante todo o dia e às vezes durante toda a noite. Há muitas manhãs que quando entro naquele quarto... bom, parece nevoeiro de Londres. O pobre Sr. Smith também era um fumador, mas não fumava tanto como o professor. A sua saúde... bem, nem sei se melhora ou piora com o tabaco.

- Ah! - disse Holmes -, mas tira o apetite.

- Bom, quanto a isso não sei.

- Calculo que o professor não coma praticamente nada, não?

- Bom, varia. É o mais que posso dizer.

- Aposto que não tomou pequeno-almoço esta manhã e que, depois do número de cigarros que o vi fumar, não almoçará.

- Já que fala nisso, senhor, digo-lhe que tomou um belíssimo pequeno-almoço esta manhã. Já não me lembro da última vez que o vi tomar um pequeno-almoço tão grande e já pediu um bom prato de costeletas para o almoço. Fiquei admirada, pois desde que ontem entrei naquela sala e vi o Sr. Smith estendido no chão não consigo olhar para a comida. Bom, as pessoas são diferentes, mas o professor não deixou que isso lhe tirasse o apetite.

Passámos a manhã no jardim. Stanley Hopkins linha ido a aldeia averiguar uns boatos sobre uma desconhecida que fora vista por algumas crianças na estrada de Chatham na manha anterior. Quanto ao meu amigo, parecia que a sua habitual energia o abandonara. Nunca o vi tratar de um caso de uma forma tao pouco convicta. Nem mesmo a notícia que Hopkins trouxe de que encontrara as crianças e que estas tinham, sem sombra de dúvida, visto uma mulher que correspondia exactamente à descrição de Holmes, que usava óculos, lhe despertou visível interesse.





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