Mostrou-se mais atento quando Susan, que serviu o almoço, comentou que achava que o Sr. Smith tinha ido dar um passeio na manhã anterior e que só regressara meia hora antes da tragédia. Eu próprio não vi qualquer relação entre isto e o incidente, mas percebi claramente que Holmes estava a encaixar esta informação no esquema geral que se estava a formar no seu espírito. Subitamente, saltou da cadeira e olhou para o relógio.
- São duas horas, meus senhores - disse. - Temos de ir esclarecer a questão com o nosso amigo, o professor.
O velho senhor tinha acabado de almoçar naquele momento e o prato vazio mostrava claramente que era verdade o que a governanta afirmara acerca do seu bom apetite. Ao voltar-se para nós, confirmei que era de facto uma estranha figura, com a sua juba branca e olhos faiscantes. O eterno cigarro ardia na sua boca. Tinha-se vestido e estava sentado num cadeirão junto à lareira.
- Então, Sr. Holmes, já solucionou este mistério? - Empurrou a grande caixa de cigarros que estava em cima da mesa junto dele na direcção do meu companheiro. Holmes estendeu a mão, nesse mesmo instante e o movimento de ambos fez que a caixa caísse da mesa. Durante um minuto ou dois estivemos todos de joelhos a apanhar os cigarros que tinham ido parar aos sítios mais inconcebíveis. Quando nos voltámos a levantar, vi que os olhos de Holmes estavam brilhantes e que tinha o rosto corado. Só numa crise é que vira aqueles sinais de batalha.
- Sim - disse -, já solucionei.
Stanley Hopkins e eu olhámos para ele, estupefactos. As feições magras do velho professor contraíram-se numa expressão semelhante à de troça.
- Ah, sim? No jardim?
- Não, aqui.
- Aqui! Quando?
- Neste instante.