O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 10: A Aventura do «Pince-Nez» Dourado Pág. 266 / 363

Holmes pareceu impressionado pela teoria que o professor apresentava e continuou a andar de um lado para o outro durante algum tempo, em profunda reflexão e fumando cigarro após cigarro. - Diga-me, professor Coram - disse Holmes, finalmente -, o que é que está no armário da secretária?

- Nada que interessasse a um ladrão. Documentos de família cartas da minha pobre mulher, diplomas de universidades que, dessa forma, me honraram. Aqui está a chave. Pode ver com os seus próprios olhos.

Holmes pegou na chave, olhou-a durante alguns instantes e devolveu-a.

- Não, francamente acho que não adiantaria nada - disse. Prefiro ir calmamente para o seu jardim e pensar maduramente em tudo isto. Há pontos interessantes na teoria que apresentou sobre o suicídio. Temos de lhe pedir desculpa por esta intromissão, professor Coram, e prometo-lhe que não voltaremos a incomodá-lo antes do almoço. Voltaremos às duas horas e relatar-lhe-emos qualquer coisa que, entretanto, se tenha passado.

Holmes estava curiosamente perturbado e andámos às voltas pelo jardim em silêncio durante algum tempo.

- Tem alguma pista? - perguntei eu; finalmente.

- Depende daqueles cigarros que eu fumei - disse ele. - É possível que esteja totalmente enganado. Os cigarros o dirão.

- Meu caro Holmes - exclamei -, como diabo...

- Bom, poderá ver com os seus próprios olhos. Se não, também não faz mal. É claro que podemos sempre recorrer à pista dos óculos mas, sempre que posso, atalho caminho... Ah, cá está a boa Srª Marker! Vamos ter o prazer de ter uma instrutiva conversa de cinco minutos com ela.

Talvez já tenha referido que Holmes, quando queria, tinha um jeito muito especial para lidar com mulheres e que estabelecia uma relação de confiança com elas com extrema facilidade.





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