E então, para fugir àquela voz irrefutável, que estava sempre a serrazinar dentro dele, bebia em camaradagem com os companheiros e habituara-se, dentro em pouco, à embriaguez. Quando Piedade, quinze dias depois da sua primeira visita, tornou lá, um domingo, acompanhada pela filha, encontrou-o bêbedo, numa roda de amigos.
Jerônimo recebeu-as com grande escarcéu de alegria. Fê-las entrar. Beijou a pequena repetidas vezes e suspendeu-a pela cintura, soltando exclamações de entusiasmo.
Com um milhão de raios! que linda estava a sua morgadinha!
Obrigou-as logo a tomar alguma coisa e foi chamar a mulata; queria que as duas mulheres fizessem as pazes no mesmo instante. Era questão decidida!
Houve uma cena de constrangimentos, quando a portuguesa se viu defronte da baiana.
— Vamos! vamos! Abracem-se! Acabem com isso por uma vez! bradava Jerônimo, a empurrá-las uma contra a outra. Não quero aqui caras fechadas!
As duas trocaram um aperto de mão, sem se fitarem. Piedade estava escarlate de vergonha.
— Ora muito bem! acrescentou o cavouqueiro. Agora para a coisa ser completa, hão-de jantar connosco!
A portuguesa opôs-se, resmungando desculpas, que o cavouqueiro não aceitou.
— Não as deixo sair! É boa! Pois hei de deixar ir minha filha sem matar as saudades?
Piedade assentou-se a um