Ainda que continuassem a ser as melhores amigas do mundo, já que Banford, apesar de nervosa e de delicada, era uma alma quente e generosa, e March, apesar de parecer tão estranha e ausente, sempre tão concentrada em si mesma, se revelava dotada de uma curiosa magnanimidade, começaram, contudo, a descobrir, naquela longa solidão, uma certa tendência para se irritarem uma com a outra, para se cansarem uma da outra. March tinha quatro quintos do trabalho a seu cargo, e, apesar de não se importar, nunca conseguia ter descanso, pelo que nos seus olhos havia, por vezes, um curioso relampejar. Então, se Banford, sentindo os nervos mais esgotados do que nunca, tivesse um ataque de desespero, March falar-lhe-ia com rispidez. De algum modo, pareciam estar a perder terreno, a perder a esperança à medida que os meses iam passando. Ali sozinhas nos campos junto ao bosque, com toda aquela vasta região estendendo-se, profunda e sombria, até às colinas arredondadas do White Horse, perdidas na distância, pareciam ter de viver demasiado desligadas de si mesmas. Não havia nada que as animasse. E não havia esperança.
O raposo punha-as realmente exasperadas.