A Cidade e as Serras - Cap. 8: CAPÍTULO VIII Pág. 123 / 238

Mas quando acabámos as perdizes, e Jacinto confiadamente desembrulhava um queijo manchego, sem que Anatole comparecessem, eu, inquieto, corri à portinhola para apressar esses servos tardios... E nesse instante o comboio, largando, deslizou com o mesmo silêncio sorrateiro. Parao meu Príncipe foi um desgosto:

- Aí ficamos outra vez sem um pente, sem uma escova... E eu que queria mudar de camisa! Por culpa tua, Zé Fernandes!

- É espantoso!... Demora sempre uma eternidade. Hoje chega e abala! Paciência, Jacinto. Em duas horas estamos na estação de Tormes... Também não valia a pena mudar de camisa para subir à serra. Em casa tomamos um banho, antes de jantar... já deve estar instalada a banheira.

Ambos nos consolámos com copinhos de uma divina aguardente Chinchon. Depois, estendidos nos sofás, saboreando os dois charutos que nos restavam, com as vidraças abertas ao ar adorável, conversámos de Tormes. Na estação certamente estaria o Silvério, com os cavalos...

- Que tempo leva a subir? Uma hora. Depois de lavados sobrava tempo para um demorado passeio pelas terras com o caseiro, o excelente Melchiojr, para que o senhor de Tormes, solenemente, tomasse posse do seu senhorio. E à noite o primeiro bródio da serra, com os pitéus vernáculos do velho Portugal Jacinto sorria, seduzido: - Vamos a ver que cozinheiro me arranjou esse Silvério. Eu: recomendei que fosse um soberbo cozinheiro português,

clássico. Mas que soubesse trufar um peru, afogar um bife em mó ho de moela, estas coisas simples da cozinha de França!... O pior é não te demorares, seguires logo para Guiães...

- Ali, menino, anos, da tia Vicência no sábado... Dia sagrado! Mas volto. Em duas semanas estou em Tormes, para fazermos uma larga Bucólica. E, está claro, para assistir à trasladação.





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