- Tu sabes, Jacinto? Não, Jacinto não sabia - e queria acender o charuto. Forneci um fósforo ao meu Príncipe. Ainda rondámos no terraço, espalhando pelo ar outras ideias sólidas que no ar se desfaziam. Depois penetrávamos na Basílica - quando um sacristão nédio, de barrete de veludo, cerrou fortemente a porta, e um padre passou, enterrando na algibeira, com um cansado gesto final e como para sempre, o seu velho Breviário.
- Estou com uma sede, Jacinto... Foi esta tremenda filosofia! Descemos a escadaria, armada em arraial devoto. O meu pensativo camarada comprou uma imagem da Basílica. E saltávamos para a vitória, quando alguém gritou rijamente, numa surpresa:
- Eh, Jacinto! O meu Príncipe abriu os braços também espantado: - Eh Maurício! E, num alvoroço, atravessou a rua, para um café, onde, sob o toldo de riscadinho, um robusto homem, de barba em bico, remexia o seu absinto, com o chapéu de palha descaído na nuca, a quinzena solta sobre a camisa de seda, sem gravata, como se descansasse num banco, entre as sombras do seu jardim.
E ambos, apertando as mãos, se admiravam daquele encontro, num domingo de Verão, sobre as alturas de Montmartre.