O Homem que Fora Consumido - Cap. 1: Capítulo 1 Pág. 7 / 14

O brigadeiro por distinção John A. B. C.! Ora essa, há-de saber que ele é o homem...

- O homem - interrompeu nesse momento o Dr. Drummumrnupp, erguendo a voz o mais alto possível, e com um murro que soou aos nossos ouvidos como capaz de deitar o púlpito abaixo -, o homem nascido da mulher tem pouco tempo de vida; surge e logo é arrancado como uma flor!

Dirigi-me para o outro extremo do banco e apercebi-me, pelo ar intenso do sacerdote, que a ira que por pouco se não revelara fatal para o púlpito havia sido suscitada pelos sussurros que a dama e eu trocávamos entre nós. Nada havia a fazer, de modo que me submeti de bom grado e pus-me a escutar, em todo o martírio do mais digno silêncio, a harmonia daquele esplêndido discurso.

A noite seguinte foi testemunha de uma rápida visita minha ao teatro Rantipole, onde tinha a certeza de que imediatamente satisfaria a minha curiosidade, limitando-me simplesmente a entrar no camarote desses requintados espécimes de afabilidade e omnisciência que são as Misses Arabella e Miranda Cognoscenti. O belo dramaturgo que é Climax estava a representar lago perante uma casa cheia, e experimentei certa dificuldade em dar a conhecer o meu desiderato, especialmente porque o nosso camarote ficava mesmo ao lado dos bastidores e abrangia completamente o palco.

- Smith? - disse Miss Arabella, quando finalmente compreendeu o teor da minha pergunta. - Smith?... Ora essa, não me diga que se refere ao brigadeiro A. B. C.

- Smith? - perguntou Miranda, meditabunda. - Meu Deus, alguma vez viu mais bela figura?

- Nunca, minha senhora, mas diga-me cá...

- Ou tão inimitável graciosidade?

- Nunca, palavra de honra!... Mas quer-me informar, por favor...

- Ou tão correcta apreciação do efeito cénico?





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