Tufão - Cap. 2: II Pág. 29 / 103

- A balançar como um velho par de botas - respondeu o imediato timidamente.

- Sim! A balançar muito... a balançar muito. Que é que você quer?

Com isto Jukes perdeu o pé e começou a gaguejar.

- Estava a pensar nos nossos passageiros - disse ele, como um homem que se agarra a uma palha.

- Passageiros? - estranhou o capitão gravemente. - Que passageiros?

- Mas, os chineses, sir - explicou Jukes, muito incomodado com esta conversa.

- Os chineses! Porque não fala com clareza? Não percebo qual é a sua ideia. Até hoje nunca ouvi chamar de passageiros a um bando de coolies. Passageiros, essa é boa! Que foi que lhe deu?

O capitão MacWhirr, fechando o livro em torno do indicador, baixou o braço e pareceu completamente desnorteado.

- Porque é que está a pensar nos chineses, senhor Jukes? - inquiriu.

Jukes mergulhou, como um homem a quem empurram.

- Com o balanço as ondas estão a passar por cima dos tombadilhos, sir. Pensei que talvez pudesse pô-lo a correr com a vaga... por pouco tempo. Até isto melhorar um pouco... muito em breve, acho eu. Rumar para leste. Nunca vi um navio balançar desta maneira.

Ele segurava-se à ombreira da porta e o capitão MacWhirr, achando inadequado o seu apoio na estante, decidiu largá-la por um instante e caiu pesadamente sobre o beliche.

- Rumar para leste? - disse ele, esforçando-se por se sentar. - Isso representa desviá-lo do rumo mais de quatro pontos.

- Com efeito, sir. Cinquenta graus... Era o suficiente para evitar esta...

- Para leste? - repetiu, com crescente surpresa. - Para... Para onde pensa você que nós vamos? Você quer

que eu desvie um navio a vapor quatro pontos só para fazer os chineses sentirem-se mais confortáveis! Olhe, já ouvi contar um grande número de coisas insensatas feitas neste mundo.





Os capítulos deste livro