- É uma sorte não ser - tornou Jukes, com amarga prontidão. - Teria largado todos os mastros esta tarde. - Sim. E você teria tido de ficar de braços cruzados a vê-los ir - disse o capitão MacWhirr mostrando uma certa animação. - Está uma calmaria podre, não está?
- Com efeito, sir. Mas tenho a certeza de que vem aí qualquer coisa fora do comum.
- Talvez. Suponho que você acha que eu devia desviar-me desse temporal - disse o capitão MacWhirr, falando com a maior simplicidade de maneiras e de tom e fixando o oleado do chão com um olhar pesado. Assim, não notou nem a atrapalhação de Jukes nem a mistura de mortificação e assombrado respeito na face do imediato. - Olhe, este livro, por exemplo - continuou com decisão, batendo na coxa com o volume fechado. - Tenho estado a ler aqui o capítulo sobre tempestades.
Era verdade. Ele tinha estado a ler o capítulo sobre tempestades. Quando entrara na casa de navegação não tinha a intenção de pegar no livro. Uma certa influência na atmosfera - a mesma influência, provavelmente, que fizera o criado trazer para a casa de navegação as botas de cano alto e o impermeável do capitão sem haver recebido ordens nesse sentido - tinha por assim dizer guiado a sua mão para a prateleira; e sem se sentar sequer tinha mergulhado com um esforço consciente na terminologia do assunto. Perdeu-se no meio de semicírculos avançando, quadrantes da esquerda e da direita, curvas das esteiras, provável orientação do centro, saltos de vento e leituras do barómetro.