A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 2: A AVENTURA DE WISTERIA LODGE Pág. 36 / 210

O caso só tem interesse pelo facto de, no meio de uma perfeita selva de possibilidades, nós, com o valioso colaborador, o inspector, termos apreendido o essencial e podido, assim, avançar ao longo do caminho sinuoso e enganador. Tem dúvidas acerca de algum ponto?

- Por que foi que o mulato voltou à casa?

- Penso que a estranha criatura na cozinha explica tudo. O homem era um selvagem primitivo das matas de San Pedro e aquele era o seu feitiço. Quando, com o companheiro, fugiu para um local previsto (já ocupado, sem dúvida, por um cúmplice), o companheiro convenceu-o a abandonar tão comprometedor objecto. Mas o coração do mulato não podia apartar-se dele e por isso o foi buscar no dia seguinte. Ao espreitar pela janela, viu o agente Walters, tomando conta da casa. Esperou três dias, e a sua piedade ou a sua superstição levaram-no a fazer nova tentativa. O inspector Baynes que, com a sua comprovada astúcia, minimizara o acidente perante mim, reconhecera, na verdade, a sua importância e montara uma armadilha na qual a criatura caiu. Mais alguma coisa, Watson?

- A ave destroçada, o balde de sangue, os ossos queimados, todo o mistério dessa sinistra cozinha...

Holmes sorriu enquanto procurava um apontamento no bloco de notas.

- Passei uma manhã no Museu Britânico a estudar esse e outros pormenores. Aqui está uma citação de Voduísmo e as Religiões Negróides, de Eckermann:

O verdadeiro adorador de vodu não pratica nenhum acto importante sem executar determinados sacrifícios destinados a propiciar os deuses impuros. Em casos extremos, estes rituais tomam a forma de sacrifícios humanos, seguidos de canibalismo. Usualmente, as vítimas são um galo branco que é desmembrado vivo, ou uma cabra preta a quem cortam o pescoço e queimam o corpo.





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