- Que é que eu devia ter feito? - exclamei com uma certa indignação.
- Devia ter ido ao bar mais próximo. É aí o centro dos mexericos locais. Ter-lhe-iam dito todos os nomes, desde a ajudante-de-cozinha ao patrão da casa. Williamson? Não me diz nada. Se se trata de um cavalheiro idoso, não é ele o enérgico ciclista que foge a grande velocidade da atlética perseguição da jovem. Que é que ganhámos com a sua viagem? A confirmação de que a história da jovem é verdadeira. Nunca duvidei de que fosse. Que existe uma relação entre o ciclista e o Hall. Também nunca duvidei de que houvesse. Que o Hall foi alugado por Williamson. Que é que ganhamos em saber isso? Bom, meu caro senhor, não se mostre tão deprimido. Pouco mais podemos fazer até sábado e, entretanto, eu próprio farei algumas investigações.
Na manhã seguinte, recebemos uma mensagem de Miss Smith, contando resumida e correctamente os mesmos incidentes que eu presenciara, mas a verdadeira importância dessa mensagem residia no post-scriptum:
«Estou certa de que respeitará o carácter confidencial da minha afirmação, Sr. Holmes, ao dizer-lhe que a minha situação aqui se tornou difícil devido ao facto de o meu patrão me ter proposto casamento. Estou convencida de que os seus sentimentos são verdadeiros e profundamente honestos. Mas acontece também que já estou comprometida. Ele levou a minha recusa muito a sério mas também com extrema delicadeza. No entanto, compreenderá que a situação é de certa tensão.»
- A nossa jovem amiga parece estar a ficar numa situação cada vez mais, complicada - disse Holmes, pensativo, ao acabar de ler a carta.