O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 5: A Aventura da Escola Priory Pág. 135 / 363

- Sem dúvida.

- Por que é que deixou a escola? Porque, da janela do seu quarto, viu a fuga do rapaz; porque queria alcançá-lo e trazê-lo de volta. Pegou na bicicleta, foi atrás do rapaz e, ao fazê-lo, deparou com a morte.

- Assim parece.

- Chego agora à parte crítica do meu raciocínio. A acção natural de um homem que persegue um rapazito é correr atrás dele. Sabia que o apanharia. Mas o alemão não fez isso. Recorreu à sua bicicleta. Disseram-me que era um excelente ciclista. Não teria feito o que fez se não tivesse visto que o rapaz tinha um meio rápido de fuga.

- A outra bicicleta.

- Continuemos a reconstituição dos acontecimentos. O alemão encontra a morte a cerca de oito quilómetros da escola... não por via de uma bala, note bem, que até o rapaz poderia ter disparado, mas por via de uma pancada selvagem dada por um homem forte.

Assim, o rapaz teve, de facto, um companheiro na sua fuga. E a fuga foi rápida, dado que foram precisos quase oito quilómetros para um ciclista experimentado os alcançar. No entanto, observámos o local da tragédia e o que é que encontrámos? Alguns rastos de gado, nada mais. Dei uma volta ao terreno e não há qualquer carreiro em cinquenta metros em redor. Um outro ciclista não podia ter nada a ver com o assassínio em si, e não há quaisquer outras pegadas humanas.

- Holmes! - exclamei. - Isso é impossível.

- Admirável! - disse ele. - Um comentário extremamente elucidativo. É, de facto, impossível da forma como eu o afirmei e, portanto, devo tê-lo afirmado de uma forma errada. No entanto, você viu com os seus próprios olhos. Tem alguma sugestão a fazer sobre o meu erro?

- Ele não podia ter fracturado o crânio numa queda?

- Num pântano, Watson?

- Já não sei o que pensar.





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