O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 6: A Aventura de Black Peter Pág. 162 / 363

Disse-lhe que tinha apanhado o bloco do chão.

- A mancha de sangue estava na parte superior ou inferior?

- Ao lado, junto ao soalho.

- O que prova, como é evidente, que o bloco foi deixado cair depois de o crime ser cometido.

- Exactamente, Sr. Holmes. Reflecti sobre esse facto e fiz a conjectura de que o assassino o terá deixado cair ao fugir apressado. Estava perto da porta.

- Calculo que não foram encontradas quaisquer destas acções no espólio do morto!

- Não, Sr. Holmes.

- Tem qualquer razão para suspeitar de roubo?

- Não, aparentemente não tocaram em nada.

- Ora esta! Este caso é, de facto, muito interessante. Havia lá uma faca, não é?

- Uma faca de mato, metida na respectiva bainha. Estava aos pés do morto. A Srª Carey identificou-a como pertencendo ao marido.

Holmes reflectiu durante algum tempo.

- Bom - disse, finalmente -, creio que terei de lá ir dar uma vista de olhos.

Stanley Hopkins soltou uma exclamação de alegria.

- Obrigado, Sr. Holmes. Isso tira-me um grande peso de cima dos ombros.

Holmes abanou o dedo na direcção do inspector.

- Teria sido uma tarefa mais fácil há uma semana - disse ele. - Mas mesmo agora a minha visita poderá não ser totalmente inútil. Watson, se dispuser de tempo, agradar-me-ia muito ter a sua companhia. Se não se importar de chamar uma carruagem, estaremos prontos para partir para Forest Row daqui a um quarto de hora.

Depois de sairmos num pequeno apeadeiro, atravessámos de carruagem o que ainda resta de um grande bosque, numa extensão de vários quilómetros. Este bosque fazia outrora parte de uma grande floresta que durante tanto tempo impediu o avanço dos invasores saxões - o impenetrável Weald, que foi durante sessenta anos o bastião de Inglaterra.





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