O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 7: As Aventuras de Charles Augustus Milverton Pág. 198 / 363

Ao olhar para trás, vi a casa completamente iluminada. A porta da frente estava aberta e viam-se figuras a correr pelo caminho de acesso. Holmes parecia conhecer perfeitamente a propriedade e atravessou rapidamente uma pequena plantação de árvores, comigo imediatamente atrás dele, e ainda seguidos pelo nosso perseguidor. Um muro de quase dois metros barrou-nos o caminho, mas Holmes saltou para cima e depois para o chão. Eu fiz o mesmo e ainda senti a mão do homem atrás de mim agarrar-me um tornozelo, mas dei um pontapé, libertei-me e caí em cima de uns arbustos, de cabeça. Holmes ajudou-me imediatamente a levantar e juntos corremos pela vasta zona relvada de Hampstead Heath. Calculo que corremos durante uns três quilómetros antes de Holmes finalmente parar e se pôr a escutar atentamente. Atrás de nós estava tudo em absoluto silêncio. Tínhamos escapado aos nossos perseguidores e estávamos a salvo.

Tínhamos já tomado o pequeno-almoço e estávamos a fumar o nosso cachimbo da manhã no dia a seguir à extraordinária experiência que acabei de relatar, quando o Sr. Lestrade, da Scotland Yard, muito solene e imponente, foi recebido na nossa modesta sala de estar.

- Bom dia, Sr. Holmes - disse -, bom dia. Posso perguntar-lhe se está muito ocupado neste momento?

- Não demasiado ocupado para não o poder ouvir.

- Pensei que talvez quisesse, se não tivesse nada de especial entre mãos, ajudar-nos num caso extraordinário que ocorreu ontem à noite em Hampstead.

- Ora esta! - disse Holmes. - Que é que foi?

- Um assassínio... um extraordinário e dramático assassínio. Sei como gosta destas coisas e consideraria um grande favor se viesse a Appledore Towers para nos auxiliar com a sua opinião.





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