Sherlock Holmes e eu percorremos juntos a High Street, parando na loja dos Harding Brothers, onde o busto tinha sido comprado. Um jovem empregado informou-nos de que o Sr. Harding só lá estaria à tarde e que ele próprio estava lá há pouco tempo, não nos podendo dar qualquer informação. A expressão de Holmes revelou a sua decepção e irritação.
- Bom, não podemos esperar que as coisas corram todas como queremos. Watson – disse, finalmente. - Temos de cá voltar esta tarde dado que o Sr. Harding só cá estará nessa altura. Como certamente já deduziu, estou a tentar localizar a origem destes bustos, a fim de descobrir se há qualquer coisa de especial que possa justificar o seu estranho destino. Vamos falar com o Sr. Morse Hudson, de Kennington Road, a ver se ele pode lançar alguma luz sobre o problema.
Depois de uma hora de caminho, de carruagem, chegamos à loja do negociante de quadros. Este era um homem baixo e forte, com um rosto avermelhado e atitude mordaz.
- Sim, senhor. Daqui do meu próprio balcão – disse. - Não sei para que é que pagamos impostos se um rufia qualquer pode entrar pela loja dentro e partir as nossas coisas. Sim, fui eu que vendi as duas estátuas ao Dr. Barnicot. É vergonhoso! Uma conspiração niilista, em minha opinião. Só um anarquista é que andaria por aí a partir estátuas. Republicanos vermelhos… é assim que eu lhes chamo. Onde é que eu arranjei as estátuas? Não vejo o que é que isso tenha a ver com a questão. Bom, mas se de facto quer saber, comprei-as a Gelder & Co.