O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 8: A Aventura dos Seis Napoleões Pág. 225 / 363

»O facto principal é que ele tinha a pérola e que nesse momento, quando a tinha consigo, estava a ser perseguido pela polícia. Dirigiu-se para a fábrica onde trabalhava e sabia que tinha apenas alguns minutos para esconder a valiosa jóia, pois se não o fizesse ela seria descoberta quando viesse a ser revistado. Seis bustos de gesso de Napoleão estavam a secar no corredor. Um deles ainda estava mole. Rapidamente, Beppo, um artífice especializado, fez um pequeno buraco no gesso mole, meteu lá a pérola e, com alguns toques, voltou a tapar a abertura. Era um esconderijo admirável. Ninguém a encontraria. Mas Beppo foi condenado a um ano de prisão e, entretanto, os seus seis bustos foram espalhados por Londres. Ele não sabia qual deles continha o seu tesouro. Só partindo-os é que saberia. Nem sequer abanando-os podia detectar se continha a pérola, pois, como o gesso estava mole, era provável que a pérola se tivesse colado a ele... como, de facto, aconteceu. Beppo não desesperou e conduziu as suas buscas com considerável imaginação e perseverança. Através de um primo que trabalha na Gelder, descobriu quais tinham sido os retalhistas que tinham comprado os bustos. Conseguiu arranjar emprego na loja de Morse Hudson e, dessa forma, localizou três dos bustos. A pérola não estava em nenhum deles. Depois, com a ajuda de um empregado italiano, conseguiu descobrir o paradeiro dos outros três bustos. O primeiro estava em casa de Harker. Aí, foi apanhado pelo cúmplice que responsabilizou Beppo pela perda da pérola, e este apunhalou-o na luta que ambos travaram.

- Se o outro era seu cúmplice, por que é que trazia a fotografia de Beppo? - perguntei.

- Como uma forma de o localizar se quisesse averiguar junto de terceiros o seu paradeiro.





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