O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 8: A Aventura dos Seis Napoleões Pág. 224 / 363

O mesmo homem singularmente orgulhoso e de natureza reservada, que recusava com desdém a notoriedade pública, era capaz de se comover profundamente com a admiração e o louvor espontâneo de um amigo.

- Sim, meus senhores - disse -, esta é a mais famosa pérola do mundo e tive a sorte, através de uma cadeia de raciocínios indutivos, de localizar a sua trajectória do quarto do príncipe de Colonna no Hotel Dacre, onde foi perdida, até ao interior deste busto, o último dos seis bustos de Napoleão que foram fabricados pela Gelder & Co. de Stepney. Lembra-se, com certeza, Lestrade, da sensação que causou o desaparecimento desta valiosa jóia e dos esforços infrutíferos da polícia de Londres para a recuperar. Eu próprio fui consultado sobre o caso, mas não consegui lançar luz sobre o problema. As suspeitas recaíam na criada da princesa, que era italiana, e provou-se que ela tinha um irmão em Londres, mas não conseguimos estabelecer qualquer relação entre ambos. O nome da criada era Lucretia Venucci e não tenho qualquer dúvida de que esse Pietro que foi assassinado há duas noites era o seu irmão. Verifiquei as datas nos meus arquivos de jornais e vi que o desaparecimento da pérola se deu exactamente dois dias antes da prisão de Beppo por um crime qualquer de violência... ocorrência essa que teve lugar na fábrica Gelder & Co. no momento exacto em que os bustos estavam a ser feitos. Agora, já vêem a sequência de acontecimentos, embora a vejam, evidentemente, na ordem inversa em que esta se me apresentou. Beppo tinha a pérola consigo. Pode tê-la roubado a Pietro ou poderia ser cúmplice de Pietro. Podia também ser intermediário entre Pietro e a irmã deste. Mas isso não tem qualquer importância para a solução correcta do caso.





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