O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 9: A Aventura dos Três Estudantes Pág. 233 / 363

- Também me parece isso. Holmes sorriu enigmaticamente.

- Bom, vamos até lá - disse. - Este não é um dos seus casos, Watson... é mental, não físico. Pronto, está bem, se quiser venha. Sr. Soames, estou à sua disposição!

A sala de estar do nosso cliente tinha uma longa e baixa janela com gelosias que dava para o antigo pátio de pedras manchadas de líquenes da velha Faculdade. Uma porta de arco gótico abria para uma escada de pedra muito gasta. O quarto do assistente era no rés-do-chão. Por cima, viviam três estudantes, cada um no seu andar. Chegámos à cena do nosso problema já ao lusco-fusco. Holmes parou e olhou atentamente para a janela. Depois, aproximou-se e, em bicos dos pés e com o pescoço esticado, espreitou para dentro da sala.

- Deve ter entrado pela porta. Não há nenhuma abertura a não ser num dos vidros - disse o nosso sábio guia.

- Ora esta - disse Holmes, sorrindo de uma forma singular enquanto olhava de relance para o nosso companheiro. - Bem, se não podemos descobrir nada aqui, é melhor entrarmos.

O professor abriu a porta exterior, que estava fechada à chave, e levou-nos para o seu escritório. Ficámos à entrada enquanto Holmes examinou a carpeta.

- Não há aqui quaisquer marcas - disse ele. – Também não seria de esperar, num dia tão seco como este. O seu criado já parece ter recuperado. Disse que o tinha deixado numa cadeira. Em que cadeira?

- Ali, junto à janela.

- Estou a ver. Perto da mesa pequena. Já podem entrar. Já acabei de examinar a carpeta. Vamos examinar, em primeiro lugar, a mesa pequena. O que se passou é muito claro. O homem entrou e pegou nos papéis, folha a folha, da secretária principal. Levou-os para a mesa junto da janela porque daí podia vê-lo a atravessar o pátio e fugir.





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