O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 1: A Aventura da Casa Vazia Pág. 26 / 363

Reformou-se, veio para Londres e ganhou de novo, má reputação. Foi nessa altura que o professor Moriarty, de quem fora, em tempos, ajudante-de-campo, o procurou. Moriarty foi muito liberal a dar-lhe dinheiro e apenas o utilizou em um ou dois trabalhos de grande classe, trabalhos esses que nenhum criminoso vulgar poderia efectuar. Talvez se lembre da morte de Mrs. Stewart. de Lauder, em 1887. Não? Bom, estou certo de que Moran esteve por detrás disso, mas não se conseguiu provar nada. O coronel estava tão inteligentemente protegido que, mesmo quando a quadrilha de Moriarty foi desmontada, não o conseguimos incriminar. Lembra-se de que, nessa data, quando o visitei nos seus aposentos, fechei as portadas por recear ser a alvejado com uma espingarda? Sem dúvida que me achou fantasioso. Eu sabia exactamente o que estava a fazer, pois conhecia a existência desta extraordinária arma e também sabia que um dos melhores atiradores do mundo a manejaria. Quando estávamos na Suíça, ele seguiu-nos com Moriarty e foi sem dúvida ele que me fez passar aqueles tenebrosos cinco minutos no Reichenbach Fall.

»Poderá imaginar que li atentamente os jornais durante a minha estada em França, atento a qualquer possibilidade de que ele me voltasse a perseguir. Enquanto ele estivesse em liberdade em Londres, a minha vida de pouco valeria. Dia e noite, a sua sombra estaria sobre mim e, mais cedo ou mais tarde, teria oportunidade de me matar. Que é que eu podia fazer? Não o podia matar, senão eu próprio seria preso. De nada valia recorrer a um magistrado. A lei não pode intervir com base no que pareceria uma fantasiosa suspeita. Portanto, não podia fazer nada. Mas mantive-me atento aos relatos criminais, sabendo que, mais cedo ou mais tarde, saberia dele.





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