O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 13: A Aventura da Segunda Mancha Pág. 340 / 363

Entretanto, Hope, não podemos descurar os nossos outros deveres devido a esta infelicidade. Se, durante o dia, tivermos conhecimento de novos acontecimentos, entraremos em contacto consigo, e o senhor certamente nos informará dos resultados das suas diligências.

Os dois estadistas despediram-se e saíram solenemente da sala. Depois de os nossos ilustres visitantes se terem ido embora, Holmes acendeu o cachimbo em silêncio e reflectiu profundamente durante algum tempo. Eu abrira o jornal da manhã e estava a ler atentamente o relato de um crime sensacional que ocorrera em Londres na noite anterior quando o meu amigo soltou uma exclamação, se pôs de pé num salto e pousou o cachimbo na prateleira por cima da lareira.

- Claro - disse - não há forma melhor de abordar o caso. A situação é difícil mas não desesperada. Apesar de já ter passado tanto tempo, se conseguirmos ter a certeza de qual deles a tirou, há ainda a possibilidade de a carta continuar na sua posse. Afinal de contas, estes tipos estão apenas interessados no dinheiro e eu tenho o Ministério das Finanças de Inglaterra por detrás de mim. Se estiver no mercado, comprá-la-ei... ainda que isso signifique um aumento nos Impostos. É admissível que o tipo retenha a carta para ver que preço lhe oferecem deste lado antes de tentar a sua sorte no outro. Só há três pessoas capazes de fazer um jogo tão ousado... Oberstein, La Rothiere e Eduardo Lucas. Vou falar com cada um deles.

Olhei para o jornal de relance.

Esse Eduardo Lucas mora em Godolphin Street?

- Sim.

- Então, não vai conseguir falar com ele.

- Por que não?

- Foi assassinado em casa ontem à noite.

O meu amigo espantou-me tantas vezes no decurso das nossas aventuras que foi com uma sensação de exultação que me apercebi de que o tinha surpreendido a ele.





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