Esta entrevista deixou Sherlock Holmes muito pensativo e por várias vezes nos dias que se seguiram vi-o tirar a folha de papel da sua carteira e observar longa e atentamente as figuras nela desenhadas. No entanto, não fez qualquer alusão ao caso até cerca de quinze dias mais tarde. Ia eu a sair quando ele me chamou.
- É melhor ficar cá, Watson.
- Porquê?
- Porque recebi um telegrama de Hilton Cubitt esta manhã. Lembra-se de Hilton Cubitt, das figuras dos dançarinos? Estava previsto chegar a Liverpool Street à uma e vinte. Estou à espera dele a qualquer momento. Depreendo do telegrama que se verificaram novos e importantes incidentes.
Não esperámos muito, pois o nosso proprietário de Norfolk veio directo da estação, tão depressa quanto a carruagem o transportou. Estava com um ar preocupado e deprimido, com os olhos cansados e rugas de preocupação na testa.
- Esta questão está a afectar-me os nervos, Sr. Holmes - disse ao sentar-se, com um gesto cansado, no cadeirão. - Já é mau uma pessoa sentir-se cercada de pessoas invisíveis e desconhecidas que têm qualquer intuito em relação a nós, mas quando para além disso me apercebo de que isso está a matar lentamente a minha mulher, o problema torna-se insustentável.