O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 3: A Aventura dos Dançarinos Pág. 65 / 363

Sugiro que regresse a Norfolk, que se mantenha extremamente atento e que faça uma cópia exacta de quaisquer outras figuras de dançarinos que apareçam. É uma grande pena que não tenha uma reprodução daquelas que foram feitas a giz no parapeito da janela. Faça também averiguações discretas quanto à presença de estranhos na vizinhança. Depois de ter mais elementos, volte a entrar em contacto comigo. Este é o melhor conselho que lhe posso dar, Sr. Hilton Cubitt. Se se verificarem novos acontecimentos importantes, estarei pronto para me deslocar imediatamente a sua casa em Norfolk.

Esta entrevista deixou Sherlock Holmes muito pensativo e por várias vezes nos dias que se seguiram vi-o tirar a folha de papel da sua carteira e observar longa e atentamente as figuras nela desenhadas. No entanto, não fez qualquer alusão ao caso até cerca de quinze dias mais tarde. Ia eu a sair quando ele me chamou.

- É melhor ficar cá, Watson.

- Porquê?

- Porque recebi um telegrama de Hilton Cubitt esta manhã. Lembra-se de Hilton Cubitt, das figuras dos dançarinos? Estava previsto chegar a Liverpool Street à uma e vinte. Estou à espera dele a qualquer momento. Depreendo do telegrama que se verificaram novos e importantes incidentes.

Não esperámos muito, pois o nosso proprietário de Norfolk veio directo da estação, tão depressa quanto a carruagem o transportou. Estava com um ar preocupado e deprimido, com os olhos cansados e rugas de preocupação na testa.

- Esta questão está a afectar-me os nervos, Sr. Holmes - disse ao sentar-se, com um gesto cansado, no cadeirão. - Já é mau uma pessoa sentir-se cercada de pessoas invisíveis e desconhecidas que têm qualquer intuito em relação a nós, mas quando para além disso me apercebo de que isso está a matar lentamente a minha mulher, o problema torna-se insustentável.





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