- É verdade... esquecia-me. É o Belchior, o meu jardineiro; não conhece?...
- Muito!... oh! senhor!... com que miserável figura quer casar minha filha!... pobre Isaura!... duvido muito que ela queira.
- Que importa a figura, se tem uma boa alma, e é honesto e trabalhador?...
- Lá isso é verdade; o ponto é ela querer.
- Estou certo que aconselhada e bem catequizada por vossemecê há de se resolver.
- Farei o que puder; mas tenho poucas esperanças.
- E se não quiser, pior para ela e para vossemecê: o dito por não dito; fica tudo como estava, - disse terminantemente Leôncio.
Miguel não era homem de têmpera a lutar contra a adversidade. O cativeiro e reclusão perene de sua filha, a miséria que se lhe antolhava acompanhada de mil angústias, eram para ele fantasmas hediondos, cujo aspecto não podia encarar sem sentir mortal pavor e abatimento. Não achou muito oneroso o preço pelo qual o desumano senhor, livrando-o da miséria, concedia liberdade à sua filha, e aceitou o convênio.