As notícias entristeceram-me, como era natural, e comecei a prever o fim da minha prosperidade e a compreender que bem andara em ser poupada e em guardar alguma coisa enquanto ele vivera, pois agora não sabia o que ia ser a minha vida.
Preocupava-me muito, também, o facto de ter um filho, um belo rapaz de quase 5 anos, e nenhuma provisão para o seu futuro, pelo menos que eu soubesse. Regressei a casa com o coração triste e tristes pensamentos, a perguntar a mim mesma como iria viver e que seria do resto dos meus dias.
Podeis ter a certeza de que não descansei enquanto me não informei novamente do seu estado, mas, receosa de o fazer pessoalmente, mandei outras pessoas por mim, sob falsos pretextos, e ao fim de quinze dias soube que havia, finalmente, esperanças de que se salvasse, embora continuasse muito doente. Deixei de mandar saber dele e, passado algum tempo mais, constou na vizinhança que já se levantava e, pouco depois, que fora viajar.
Não tive dúvidas de que em breve receberia notícias suas e comecei a convencer-me de que tudo voltaria a ser como antes. Passou uma sema- na, passaram duas e, com muita surpresa e espanto meus, passaram quase dois meses sem saber nada dele, a não ser que, curado, fora para o campo para melhor convalescer do seu mal.