Pareceu um pouco perturbado com a minha firmeza, entrou e sentou-se ao meu lado, depois de fechar a porta. Voltei-me para ele, numa grande inquietação, e declarei:
- Receio, meu querido (achei melhor falar-lhe com delicadeza), que te tenham causado um grande prejuízo e uma ofensa irreparável ao levarem- -te a casar comigo. Mas, como não fui para aí metida nem achada, desejo ilibar-me de toda a responsabilidade e que a culpa recaia, exclusivamente, em quem deve recair, pois lavo as minhas mãos de qualquer participação no que se passou.
- Que ofensa posso ter sofrido em desposar-te, minha querida? - perguntou-me. - Espero, pelo contrário, que tenha sido para minha honra e benefício, em todos os sentidos.
- Explicar-te-ei em breves palavras o que se passou e receio que tenhas razão para te considerares prejudicado; mas convencer-te-ei também, meu querido, de que não tive culpa nenhuma. - E fiz uma pausa pro- longada.
Mostrou-se assustado e inquieto e começou, creio, a desconfiar do que ia ouvir.