O oficial de justiça que acompanhava o grupo perseguidor foi, acto contínuo, informado das minhas palavras e procurou-me para as ouvir da minha própria boca. Afirmei-lhe que vira chegar os três cavalheiros quando me encontrava à janela, que os vira depois assomar à janela do aposento onde tinham almoçado e, de novo, ao partirem a cavalo, e que podia garantir que reconhecera num deles um cavalheiro muito abastado e respeitado no Lancashire, de onde eu própria acabava de chegar.
A convicção com que o afirmei conteve a populaça e convenceu de tal maneira o oficial de justiça que este ordenou uma retirada imediata e disse aos seus homens não serem aqueles os indivíduos que procuravam, pois, segundo o tinham informado, eram cavalheiros muito honestos. E assim partiram todos. Eu ignorava, evidentemente, a verdade do caso, mas não restavam dúvidas de que as diligências tinham sido assaltadas em Dunstable Hill e roubadas quinhentas e sessenta libras em dinheiro. Além disso, alguns dos mercadores de rendas que costumam viajar por aquelas paragens foram igualmente roubados. Quanto ao papel dos três cavalheiros, será explicado mais adiante.
O incidente demorou-nos mais um dia, embora o meu marido fosse de opinião de que devíamos partir e me dissesse ser sempre mais seguro viajar a seguir a um roubo, pois assim havia a certeza de que, depois de alarmarem a região, os ladrões se haviam afastado muito.