Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 16: CAPÍTULO XVI

Página 236
E o que tens de bom, que é o teu génio, elegante e claro, lá o receberei na Serra pelo correio!

Enfim numa tarde de domingo, debruçado da janela do comboio, que vagarosamente deslizava pela borda do rio lento, num silêncio todo feito de azul e sol, avistei na plataforma da quieta estação, os Senhores de Tormes, com a minha afilhada Teresa, muito vermelha, arregalando os seus soberbos olhos, e o bravo Jacintinho, que empunhava na mão uma bandeira branca. O alvoroço ditoso com que abracei e beijei aquela tribo bem-amada conviria perfeitamente a quem voltasse vivo de uma guerra distante, na Tartária. Na alegria de recuperar a Serra, até beijoquei o Pimentinha, que a estalar de obesidade se açodava gritando ao carregador com o cuidado das minhas malas.

Jacinto, magnífico, de grande chapéu serrano, jaqueta, e polainas altas, de novo me abraçou:

- E esse Paris? - Medonho! De novo abri os braços para o bravo Jacintinho. - Então para que é essa bandeira, meu cavaleiro? - Do castelo! - declarou ele com uma bela seriedade nos seus grandes olhos. A mãe ria. Desde essa manhã, logo que soubera da chegada do Ti-Zé, apareceu de bandeira, feita pelo Grilo, e não a largara. com ela almoçara, com ela descera de Tormes!

- Bravo! E, oh prima Joaninha, olhe que está magnífica! Eu, também, venho daquelas peles meladas de Paris... Mas acho-a triunfal! E o tio Adrião, e a tia Vicência?

- Tudo ótimo! - gritou Jacinto. - A serra, Deus louvado, prospera. E agora, para cima! Tu hoje ficas em Tormes. Paracontar da Civilização.

No pátio debaixo da figueira, que revi com gosto, esperavam os três cavalos, e dois belos burros brancos, um com cadeirinha, para a Teresa, outro com um cesto de verga, para meter dentro o heroico Jacintinho, ambos levados à rédea por dois criados.

<< Página Anterior

pág. 236 (Capítulo 16)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Cidade e as Serras
Páginas: 238
Página atual: 236

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO I 1
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 26
CAPÍTULO IV 41
CAPÍTULO V 62
CAPÍTULO VI 75
CAPÍTULO VII 88
CAPÍTULO VIII 105
CAPÍTULO IX 144
CAPÍTULO X 177
CAPÍTULO XI 188
CAPÍTULO XII 195
CAPÍTULO XIII 201
CAPÍTULO XIV 212
CAPÍTULO XV 220
CAPÍTULO XVI 223