Via-os de vez em quando, pois estava ansioso por saber o que é que estavam a tramar. Há dois dias, Woodley foi a minha casa com este telegrama que mostrava que Ralph Smith morrera. Perguntou-me se eu iria para a frente com o combinado. Disse-lhe que não. Ele perguntou-me se eu queria casar com a rapariga e dar-lhe uma parte da herança. Respondi-lhe que o faria de bom grado se ela aceitasse casar comigo, mas ela recusou. Ele disse: «Primeiro casamo-la e passado uma semana ou duas talvez ela veja as coisas de outro modo.» Eu disse-lhe que não aceitava nenhum acto de violência. Ele foi-se embora a praguejar como o bandido de linguagem porca que é e jurando que ela seria sua. Ela ia deixar-me este fim-de-semana e eu arranjei uma carruagem para a levar à estação, mas estava tão preocupado que a segui na minha bicicleta. No entanto, ela partira com um certo avanço e antes de a poder apanhar já o mal fora feito. Mas só o percebi quando vi os senhores na carruagem a dirigirem-se para cá.
Holmes levantou-se e atirou a ponta do cigarro para a lareira.
- Tenho sido muito obtuso, Watson - disse ele. - Quando no seu relatório me informou de que vira o ciclista no meio dos arbustos, ao que lhe parecera a ajustar a gravata, esse pormenor devia ter-me bastado para entender. No entanto, podemos congratular-nos com este curioso e, em certos aspectos inéditos, caso. Vejo três polícias a virem para cá e alegro-me por ver que o moço de estrebaria consegue acompanhá-los, portanto é provável que nem ele nem o interessante noivo sofram danos permanentes com a aventura desta manhã. Creio, Watson, que, na sua qualidade de médico, poderá ver se Miss Smith se sente já refeita para que a possamos acompanhar a casa da mãe.
