O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 6: A Aventura de Black Peter Pág. 177 / 363

Tinha perdido a oportunidade de sacar dinheiro a Black Peter e estava em Londres sem um tostão. Só me restava a minha profissão. Vi o anúncio a pedir lançadores de arpão, com salário elevado, fui ao agente de navegação e este mandou-me aqui. É só isso que eu sei e volto a dizer que se matei o Black Peter a lei deve agradecer-me por isso, pois poupei-lhes o preço da corda para o enforcar.

- Um depoimento extremamente claro - disse Holmes, erguendo-se e acendendo o cachimbo. - Creio, Hopkins, que não deve perder tempo em levar o seu preso para um lugar seguro. Esta sala não é adequada para cela e o Sr. Patrick Cairns ocupa uma parte demasiado grande da nossa carpeta.

- Sr. Holmes - disse Hopkins -, não sei como expressar a minha gratidão. Nem mesmo agora consigo compreender como é que obteve este resultado.

- Simplesmente tendo a sorte de obter a pista certa desde o princípio. É muito possível que, se eu tivesse conhecimento do bloco de notas, isso tivesse desviado a minha atenção como desviou a sua. Mas tudo o que ouvi apontava numa direcção. A força espantosa, a habilidade no manejo do arpão, o rum e a água, a bolsa de tabaco feita de pele de foca... tudo isto apontava para um marinheiro, para um marinheiro que tivesse sido caçador de baleias. Fiquei convencido de que as iniciais «P. C.» na bolsa eram uma coincidência e que não eram as de Peter Carey, pois ele raramente fumava e não foi encontrado nenhum cachimbo na cabana. Lembra-se de que lhe perguntei se havia uísque e brande na cabina? Respondeu-me que sim. Quantos homens que não fossem marinheiros beberiam rum quando houvesse outras bebidas? Sim, eu tinha a certeza de que era um marinheiro.

- E como é que o encontrou?

- Meu caro senhor, o problema tornou-se extremamente simples.





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