O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 4: A Aventura da Ciclista Solitária Pág. 92 / 363

.. - e voltou-o um pouco mais para a luz -, coisa que a máquina de escrever não origina. Esta senhora é música.

-Sim, Sr. Holmes, ensino música.

- E. pelo seu aspecto, deduzo que vive no campo.

- Sim, perto de Farnham, à entrada do distrito de Surrey.

- É uma região muito bonita e cheia de interessantes associações. Lembra-se, Watson, de que foi ali perto que apanhámos Archie Stamford, o falsificador. Bom, Miss Violet, que é que lhe aconteceu perto de Farnham, à entrada do distrito de Surrey?

A jovem, com grande clareza e compostura, fez esta curiosa narrativa:

- O meu pai já morreu, Sr. Holmes. Chamava-se James Smith e era maestro do velho Imperial Theatre. A minha mãe e eu ficámos sós, sem qualquer parente excepto um tio, Ralph Smith, que foi para África há vinte e cinco anos e de quem nunca mais tivemos notícias. Quando o meu pai morreu, ficámos praticamente sem dinheiro, mas um dia disseram-nos que vinha um anúncio no Times pedindo informações sobre o nosso paradeiro. Imagina como ficámos entusiasmadas, pois pensámos que alguém nos tivesse deixado uma fortuna. Fomos imediatamente ao advogado cujo nome vinha no jornal. Aí travámos conhecimento com dois senhores, o Sr. Carruthers e o Sr. Woodley, que estavam em Inglaterra de visita vindos da África do Sul. Disseram que o meu tio era seu amigo e que morrera há alguns meses em Joanesburgo na maior miséria, tendo-lhes pedido ao morrer que procurassem os seus parentes para ver se precisavam de ajuda. Pareceu-nos estranho que o tio Ralph, que nunca quis saber de nós enquanto vivo, tivesse essa preocupação ao morrer, mas o Sr. Carruthers explicou que o meu tio acabara de saber da morte do irmão e se sentia responsável pela nossa sorte.





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