É difícil afirmar se são mais hábeis em fazer emboscadas ou prudentes em evitá-las. Parecem querer fugir quando planeiam o contrário. E, em contrapartida, quando o pretendem fazer, nada deixam perceber das suas intenções. Quando se sentem muito inferiores em número ou cercados numa posição desfavorável, levantam silenciosamente o acampamento, de noite, ou enganando o inimigo de dia, retirando-se em tão boa ordem que não é menos perigoso atacá-los na retirada do que quando dão batalha.
Fortificam o acampamento com fossos largos e profundos. A terra daí proveniente lançam-na para a parte interior. Nunca encarregam desse trabalho os escravos, mas os soldados. Todo o exército nele trabalha, excepto os que estão de sentinela, em volta do fosso, na expectativa de um ataque repentino. Assim, com o trabalho de tão grande número de braços, concluem, em menos tempo que o que se consegue imaginar, um largo fosso que rodeia uma vasta extensão de terreno. As armaduras ou arneses que utilizam são fortes para apararem