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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 14
Locke confessava francamente que não pensava sempre que dormia; e outro filósofo disse: «O homem possui a faculdade de pensar, porém esta não é sua essência». Deixemos a cada indivíduo a liberdade e o consumo de estudar-se a si mesmo e de perder-se no labirinto de suas ideias.

Não obstante, é curioso saber que em 1730 houve um filósofo que foi perseguido por haver confessado o mesmo que Locke, ou seja que não exercitava seu entendimento todos os minutos do dia e da noite, assim como não se servia sempre dos braços e das pernas. Não só a ignorância da corte o perseguiu, mas também a ignorância maligna de alguns que pretendiam ser literatos. O que só produz na Inglaterra algumas disputas filosóficas, produz em França covardes atrocidades. Um francês foi vítima por seguir Locke.

Sempre houve na lama de nossa literatura alguns miseráveis capazes de vender sua pluma e atacar até seus mesmos benfeitores. Esta observação parece impertinente em um artigo que trata da alma; mas não devemos perder nenhuma ocasião de observar a conduta dos que querem desonrar o glorioso título de homem de letras, prostituindo seu escasso talento e consciência a um vil interesse, a uma política quimérica e que fazem traição a seus amigos para adular os néscios. Não sucedeu nunca em Roma denunciarem Lucrécio por haver posto em verso o sistema de Epicuro; nem a Cícero por dizer muitas vezes que depois de morrer não se sente dor, nem acusaram Plínio, nem a Varrão de ter ideias particulares acerca da Divindade. A liberdade de pensar foi ilimitada em Roma.

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Capa do livro Alma
Páginas: 51
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Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 8
Capítulo 3 11
Capítulo 4 16
Capítulo 5 18
Capítulo 6 20
Capítulo 7 23
Capítulo 8 31
Capítulo 9 40
Capítulo 10 42