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Capítulo 7: Capítulo 7

Página 70
lampião do pátio. Iluminaram-se diversas janelas das casinhas.

Agora, no sobrado do Miranda é que era o maior barulho. Saia de lá uma terrível gritaria de hipes e hurras, virgulada pelo desarrolhar de garrafas de champanha.

— Como eles atacam!... observou Alexandre, já de novo sem farda.

— E, no entanto, reprovam que a gente coma o que é seu com um pouco mais de alegria! comentou a Rita. Uma súcia!

Falou-se então largamente a respeito da família do Miranda, principalmente de Dona Estela e do Henrique. A Leocádia afiançou que, numa ocasião, espiando por cima do muro, trepada num montão de garrafas vazias que havia no pátio do cortiço, vira a sirigaita com a cara agarrada à do estudante, aos beijos e aos abraços, que era obra; e assim que os dois deram fé que ela os espreitava, deitaram a fugir que nem cães apedrejados.

A Augusta Carne-Mole benzeu-se, com uma invocação à Virgem Santíssima, e o companheiro do amigo da das Dores, que insistia no seu namoro com a Nenen, mostrou-se muito admirado com a noticia, “supunha Dona Estela um modelo de seriedade”.

— Qual! negou Alexandre. Isso por ai é tudo uma pouca-vergonha, que faz descrer um homem de si mesmo! Eu também já vi de uma feita bem boas coisas pela sombra dela na parede; mas não era com o estudante, era com um sujeito que lá ia às vezes, um barbado, careca e comido de bexigas. E a pequena vai pelo mesmo conseguinte...

Esta novidade produziu grande surpresa no grupo inteiro. Quiseram os pormenores e o Alexandre não se fez de rogado: o namoro da Zulmira era com um rapazola magro, de lunetas, bigode louro, bem vestido, que lhe rondava a casa à noite e às vezes de madrugada. Parecia estudante!

— O que eles têm feito? inquiriu a das Dores.

— Por enquanto a coisa não passa de namorico da janela para a rua. Conversam sempre naquela última do lado de lá de fora. Já os tenho apreciado quando estou de serviço. Ele fala muito em casamento e a pequena o quer; mas, pelo jeito, o velho é que lhe corta as asas.

— Ele não tem entrada na casa?

— Não! Pois isso

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Capa do livro O Cortiço
Páginas: 239
Página atual: 70

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 16
Capítulo 3 27
Capítulo 4 39
Capítulo 5 47
Capítulo 6 53
Capítulo 7 61
Capítulo 8 76
Capítulo 9 89
Capítulo 11 126
Capítulo 12 138
Capítulo 13 147
Capítulo 14 156
Capítulo 15 165
Capítulo 16 175
Capítulo 17 186
Capítulo 18 190
Capítulo 19 196
Capítulo 20 208
Capítulo 21 216
Capítulo 22 227
Capítulo 23 234