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Capítulo 6: Poesias Diversas

Página 109

III

 

Feriram-te, ave augusta! Seta escura
Varou-te o coração! e a terra ingrata
Pôde beber teu sangue! No teu ninho
Vejo os ovos do abutre! tuas penas
O vento as dispersou! És como um sonho

 

De que mal há memória - como a nuvem
Que a rajada partiu - e como a lágrima
Dos olhos do cativo, sobre as ondas!
Ergo a face entre os montes e olho ao longe:
É ainda um mar de brilho esse horizonte...
Mas nas vagas serenas já não vejo
Teu seio, como barca de harmonias,
Entre os astros vogando compassado!

 

Alma virgem do mundo! Vestal santa!
Que sopro te apagou o lume puro
Em tuas aras d'oiro? Claro espírito!
Consciência universal! que sonho estranho
Te enlouqueceu de dor? Entre as florestas,
Quando o vento do inverno bate os ramos,
Há, pelo horror da noite, um choro escuro,
E uma voz dolorosa ao longe ulula...
É Diana, a formosa, a casta, a ingénua,
Ferida, e os pés em sangue pelas urzes,
Que vaga douda e corre pelas selvas
Chamando em vão os deuses foragidos!

 

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pág. 109 (Capítulo 6)

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Capa do livro Primaveras Românticas
Páginas: 118
Página atual: 109

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Duas Palavras (Prefácio do Autor) 1
Beatrice 5
Pepa 20
Idílio Sonhado 38
Maria 45
Poesias Diversas 75