Nem outra escada esplêndida,
Por onde ao céu subir,
Mais que essa ponte mística
Do amor e do sentir.
Deserto e noite envolvem-nos.
O que nos resta a nós?
Amigo, é Ele o único -
Sem Ele, órfãos e sós.
Salvemo-nos! Salvemo-nos!
O amor só vence o mal -
Oh! juntos elevemo-nos
Nas asas do ideal!
Sim! dá-me as asas cândidas,
Com que se sobe além...
Oh! sê, sê pois a flâmula
Que me conduza ao bem!
*
Depois que, dia a dia, aos poucos desmaiando,
Se foi a nuvem d'ouro ideal que eu vira erguida:
Depois que vi descer, baixar no céu da vida
Cada estrela e fiquei nas trevas laborando:
Depois que sobre o peito os braços apertando
Achei o vácuo só, e tive a luz sumida
Sem ver já onde olhar, e em todo vi perdida
A flor do meu jardim, que eu mais andei regando: