Por Alá, minha palmeira!
Quando ao sol me for deitar,
Faze sombra do meu lado...
Porque eu quero-te abraçar!
D'amor te requeiro, ondina,
Quando te fores a erguer,
Vê-te no espelho das fontes
Porque eu quero-te beber!
XV
Beber-te! como bebo o ar da vida...
E como bebo a luz do sol doirado...
E a poesia do templo consagrado...
E o consolo no olhar da mãe querida...
Como bebo nos livros do saber
A palavra dos Deuses, e o segredo
Da existência nas folhas do arvoredo...
E em longas noites de cruel sofrer...
Como bebe no cálix o Deus-vivo
Quem o não sente andar dentro de si...
Como eu nesses teus olhos já bebi
A água que hei-de beber enquanto vivo!