Depois, que formas vagas vêm defronte, 
Que parecem sonhar loucos amores? 
Almas que vão, por entre luz e horrores, 
Passando a barca desse aéreo Aqueronte...
 
 
Apago o meu charuto quando apagas 
Teu facho, ó sol... ficamos todos sós... 
É nesta solidão que me consumo!
 
 
Ó nuvens do ocidente, ó coisas vagas, 
Bem vos entendo a cor, pois, como a vós, 
Beleza e altura se me vão em fumo!
 
 
1863.
 
 
 RESPOSTA
 
 
(DE JOÃO DE DEUS)
 
 
Em fumo se vai tudo, amigo! Olhando 
Para as nuvens do céu, nuvens daquelas, 
E até não sei se diga que mais belas, 
Anda a gente fazendo e desmanchando!
 
 
Dá-me uma saudade em me lembrando 
Do belo tempo que passei com elas, 
Por essa imensa abóbada de estrelas, 
Por esse mar de fogo viajando!