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Capítulo 2: Capítulo 2

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Assim seria; mas eles adoravam-se.

– Não serás frade – disse-lhe o coração a ele.

– Assim que meu pai morrer – disse ele à filha do lavrador – caso contigo. Vou sentar praça, quer meu pai queira quer não. Sou o morgado, porque meu irmão mais velho morreu.

Ela, para ser feliz até às lágrimas, não precisava destas esperanças. Preferia tê-lo e amá-lo nas matas chilreadas, nos desfiladeiros dos montes, no sinceiral da Ínsua, nas alcovas de ramagem que só eles e os rouxinóis conheciam nas margens do Tâmega.

Foi por aí que deslizaram três meses do Estio e Outono de 1812. Ele foi para Coimbra, com farda de cadete.

O velho fidalgo de Cimo de Vila ponderou na mudança de ideias do filho. Escudrinhou razões secretas que o movessem; todavia, não o contrariou. Tinha meninas para conservar a raça dos Queiroses e Meneses; mas a casta varonil iria pelas gerações além menos sujeita a reparos de genealógicos.

Nas suas pesquisas descobriu que o filho, vindo a férias de Natal, passara o Tâmega e caçara nos montados de Santo Aleixo. Foi visto. É que os arvoredos estavam desfolhados; os choupos da Ínsua mostravam as grimpas curvadas à flor da corrente arrebatada; nos recôncavos das penedias, em vez dos froixéis de relva, havia lençóis de neve, palmilhada pelos lobos. Como não tinham florestas confidentes, foram vistos à beira do rio, ali mesmo, na cangosta do Estêvão, sentados naquela fraga, onde o Luís moleiro encostou o cadáver de Josefa. O velho não deu a mínima importância à denúncia, logo que lhe disseram quem era a rapariga.

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