Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 2: Capítulo 2

Página 22

– Antes por lá que pelas criadas da casa – disse o assisado fidalgo. – É rapaz, e precisa de se divertir.

No último quartel da vida, os pais... e até as mães – santo Deus! – dizem aquilo. Precisam divertir-se os filhos: levem a desonra onde quer que seja; mas não corrompam a disciplina doméstica, não embarrem pelas criadas, não perturbem o serviço da casa. Com que zelo estas matronas veneram a moral da cozinha, da salgadeira e da despensa!

 

 

Nas férias de Páscoa, António de Queirós viu chorar Josefa. Não eram lágrimas de amante magoada, nem de filha malquista de seus pais: eram lágrimas de mãe. Entrara-se de uma terrível vergonha e confusão. Ninguém a suspeitava; e ela, se alguém a encarava a fito, estremecia. A mãe era cruel com as mulheres manchadas. No seu serviço não entrava jornaleira de má nota. Não se ajoelhava na igreja à beira de criatura de ruim vida. Dava-lhe este direito haver sido filha humilde e esposa honrada do homem com quem a casaram, o João da Laje, que era vesgo, cambado, lãzudo e bêbedo.

O pai viu de longe, uma tarde, Josefa a conversar em uma barroca com o fidalguinho, e disse-lhe:

– Se tua mãe o sabe dá-te cabo do canastro, rapariga. N

ão lhe bateu, porque estava sempre às avessas da mulher. Se ele imaginasse que a mãe fechava os olhos às toleimas da moça, então com certeza lhe dava.

<< Página Anterior

pág. 22 (Capítulo 2)

Página Seguinte >>

Capa do livro Maria Moisés
Páginas: 86
Página atual: 22

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 42