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Capítulo 2: Capítulo 2

Página 34

– Então quem foi? – interpelou a mãe com azedume. – Quem foi?

– Eu sei lá, senhora mãe! Quem foi o quê?

– A mulher que aqui esteve contigo não te disse que era feitiçaria o teu mal?

Josefa, caindo em si, respondeu balbuciante:

– Ah! sim, isso disse ela, mas...

– Mas quê? Não foi outra senão aquela tísica que não quer que haja outra mais bonita na freguesia. Pões-te a pé ou não?

Josefa, com o pente na mão direita descaída e inerte, e a cabeça encostada à mão esquerda, sentia-se como cansada, esvaída de alento, e esmorecida como se o súbito incêndio de felicidade fosse um lampejo de estopas que se inflamam e nem faúlhas deixam. É que ela nesse momento sentira uma dor física, desconhecida, não forte, mas acompanhada de um calefrio. A mãe, vendo-a mudar de cor, atribuiu o desmaio à fraqueza, e correu a trazer-lhe uma farta malga de caldo fumegando por entre uma floresta de couves recheadas de feijões vermelhos. Quando entrou no quarto, viu a filha fora da cama, vestindo as saias com agitação febril, e chamando Jesus, com os dentes cerrados.

– Que tens tu, mulher? – exclamou a mãe.

– Estou aflita, muito aflita! Jesus, valei-me! – dizia Josefa entre gemidos, sentando-se, erguendo-se, e fazendo até uns gestos diante da mãe como se quisesse ajoelhar-se-lhe com as mãos erguidas.

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Capa do livro Maria Moisés
Páginas: 86
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