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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 57

– Esses dois iria eu buscar-tos, se o reumatismo me deixasse, menina.

– Então vou eu?

– Pois vai, Maria, vai... Assim, acredito eu que a Divina Providência tos mande. E olha que são mais dignos de compaixão os órfãos que viram morrer sua mãe do que os enjeitados que a não conheceram.

 

 

A filha que Isabel, mulher de Bragadas, amamentava, quando o marido lhe levou a enjeitada, era agora uma guapa moça de quem Maria se afeiçoara fraternalmente. Joaquina, posto que pobre, fora pedida por um lavrador abastado de Cavez; deviam casar no S. Miguel, depois das colheitas; mas na noite de 24 de Agosto, quando em Cavez se festeja o S. Bartolomeu, os festeiros do Minho brigaram com os de Trás-os-Montes, segundo o bárbaro estilo daquela romagem. O tiroteio de ambas as margens do Tâmega principiou às dez da noite. Ao romper da alva, os turbulentos acometeram-se peito a peito de clavinas engatilhadas, e dos dois valentes que caíram mortalmente feridos na ponte, um era o noivo de Joaquina. A rapariga ainda o viu moribundo; quis despenhar-se da ponte, e foi levada sem alento para casa da mãe do morto, que a tratou com o amor que tinha a seu filho. Volvidos alguns dias, tornou para casa dos seus pais. Maria Moisés deu-lhe uma cama em sua casa, e fez- se a sua enfermeira moral; todavia as angústias da rapariga recresciam, e o propósito do suicídio revia-lhe nas meias confidências à sua benfeitora.

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Capa do livro Maria Moisés
Páginas: 86
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Capítulo 2 2
Capítulo 3 42