– Tens razão... Ainda mesmo que o pequeno encontrado fosse o teu filho, há que anos terá morrido o homem que o encontrou no Tâmega? Que destino levaria o rapaz? Ainda assim, olha que eu sei de casos de mais dificultosa averiguação que se tiraram a limpo. Os processos por causa de sucessões estão cheios de factos que parecem novelas, e nas genealogias há muitos dessa espécie.
Ao outro dia, o general Queirós de Meneses saiu, pela primeira vez, do seu carrancudo solar, e caminhou a pé sozinho na direcção do Tâmega. Os homens antigos, quando o viam ao longe, descobriam-se e paravam. Ele parava também diante deles, mandava-os cobrir, e perguntava quem eram. Alguns haviam sido seus companheiros na caça, outros brincaram com ele na infância, e lembravam-se das travessuras do fidalguinho. O general recordava-se daqueles nomes, dava esmola generosa aos necessitados, e oferecia a sua amizade aos outros.
Chegando à ourela do Tâmega, parou defronte da Ínsua. Era ali que Josefa esperava o juvenil aspirante embrenhada no choupal. Um conhecido amieiro de tronco esgalhado em ramos recurvos já não existia. Nesse lugar estava uma azenha, com uma barca de passagem amarrada a uma argola de pedra chumbada na parede.
À porta do moinho apareceu a moleira a perguntar-lhe se queria passar para além.
– Quero.