Maria Moisés - Cap. 3: Capítulo 3 Pág. 76 / 86

O general ouvira apenas a toada confusa das fortes razões por que o inofensivo reitor de Santo Aleixo queria o Sr. D. Miguel. Era febril o desassossego de António de Queirós; como que o afligia o sobressalto da esperança; sentia na sua ânsia a alegria desconexa de um sonho feliz, mas com o inverosímil e desatado das felicidades sonhadas. Abraçou o padre, e convidou-o a passar um dia o Tâmega para ir a sua casa.

– Mas eu não sei com quem tenho a honra de falar... – disse o vigário.

– Eu sou António de Queirós e Meneses, da casa de Cimo de Vila.

– Santo Deus! – exclamou o reitor. – Com quem eu tenho falado!... V. Ex.a não estava na América?

– Estive: há oito dias que cheguei.

– Eu conheci-o em rapaz, Sr. Queirós! Olhe que somos ambos da mesma criação, e ainda fomos condiscípulos alguns meses de 1809 em latim na aula do padre mestre Simão no Vale de Aguiar, quando V. Ex.ª estudava para crúzio, antes de sentar praça. Veja se se lembra do Bento Fernandes, da Póvoa.

– Bento Fernandes... – repetiu o general.

– Que V. Ex.ª e outros patuscos chamavam Beatus Benedictus, ora pro nobis.





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