Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 1: Prefácio

Página 3

O arrependimento do seu amante de Bath e a maneira como o provocou o justo alarme da sua doença, que o levou a abandoná-la; a valiosa advertência dada aí contra as intimidades, mesmo quando são intimidades legítimas de amigos muitos queridos, e de como elas são incapazes de preservar as mais solenes resoluções de virtude sem o auxílio divino, são passagens que parecerão, a quem as souber discernir, mais repassadas de verdadeira beleza que toda a cadeia amorosa da história que lhes dá origem...

Numa palavra, ao mesmo tempo que, cuidadosamente, se expurga a narrativa de toda a frivolidade e devassidão, com igual cuidado se orienta a mesma para caminhos de religião e virtude. Ninguém pode, sem incorrer na culpa de manifesta injustiça, acusar a história, ou os nossos desígnios ao publicá-la, seja do que for.

Os defensores do teatro têm, em todos os tempos, usado este argumento para persuadir as pessoas de que as suas peças são úteis e de que devem ser autorizadas pelos governos mais civilizados e religiosos. Afirmam, sobretudo, que os seus objectivos são virtuosos e que, através de representações realistas, não deixam de recomendar a virtude e os princípios generosos e de desencorajar e denunciar toda a espécie de vício e corrupção de costumes. E se fosse verdade que o faziam e que se mantinham sempre fiéis a essa norma, como exemplo da sua representação no teatro, muito devia dizer-se em seu favor.

Na infinita variedade de situações deste livro obedece-se rigorosamente a essa norma fundamental. Não há uma única acção md cujos resultados não sejam infelizes ou desastrosos; não surge em cena um único grande vilão que não tenha um fim desgraçado ou não se arrependa; não se menciona uma única má acção que não seja condenada, mesmo na narrativa, nem uma acção boa e justa que não seja louvada.

<< Página Anterior

pág. 3 (Capítulo 1)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Vida Amorosa de Moll Flanders
Páginas: 359
Página atual: 3

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Prefácio 1
A vida amorosa de Moll Flanders 7