Na primeira hipótese só arranjaria aborrecimentos, teria talvez de exigir o que era meu pela força e de o receber com pragas e relutâncias e todas as espécies de afrontas, o que ele talvez não pudesse tolerar. Além disso, se fosse obrigada a provar legalmente que era filha da minha mãe, encontraria dificuldades, teria de recorrer à Inglaterra e talvez acabasse por perder o que quer que ela me deixara. Com estes argumentos, graças aos quais pusera o meu marido ao corrente da parte do segredo que lhe interessava, convenci-o a partir, para procurarmos uma propriedade em qualquer colónia, e a Carolina foi o lugar escolhido.
Começámos por nos informar dos barcos que viajavam para a Carolina, e não tardámos a saber que do outro lado da baía, como diziam, isto é, na Marilândia, havia um barco que vinha da Carolina carregado de arroz e de outras mercadorias e regressava com provisões, seguindo depois para a Jamaica. Alugámos uma chalupa para levar as nossas coisas, dissemos, por assim dizer, um adeus derradeiro ao rio Potomac e lá fomos para a Marilândia, com todos os nossos haveres.
Foi uma viagem longa e desagradável e o meu esposo queixou-se de que lhe parecia ainda pior do que a da Inglaterra para a Virgínia, pois o tempo estava Mau, o mar picado e o barco era pequeno e desconfortável. Encontrávamo-nos umas boas cem milhas a montante do rio Potomac, numa região a que chamam Westmoreland County, e, como o rio é, de longe, o maior da Virgínia e, segundo tenho ouvido dizer, o maior rio do mundo que vai dar a outro rio, e não directamente ao mar, apanhámos mau tempo e estivemos frequentemente em perigo. Embora lhe chamem apenas rio, tem muitos pontos onde é tão largo que, navegando pelo meio dele, não víamos terra de nenhum dos lados durante léguas a fio.